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Maldek e Tiamat: Duas Faces de um Planeta Mítico?

  • Foto do escritor: Niamh
    Niamh
  • 11 de ago. de 2024
  • 9 min de leitura

No vasto panorama da mitologia cósmica e especulação esotérica, duas narrativas intrigantes se destacam: as histórias de Maldek e Tiamat. Embora originadas de fontes distintas - Maldek das teorias esotéricas modernas e Tiamat da antiga mitologia babilônica - estas narrativas compartilham surpreendentes semelhanças em seus temas de destruição planetária e consequências cósmicas.


Este artigo examina criticamente as origens, características e implicações de ambos os mitos, buscando elucidar se Maldek e Tiamat poderiam, de fato, representar diferentes interpretações de um mesmo conceito planetário mítico. Através de uma análise comparativa, exploraremos as convergências e divergências entre essas narrativas, considerando seu impacto cultural, ressonâncias modernas e o que elas podem nos revelar sobre nossa perpétua fascinação com catástrofes cósmicas e origens planetárias.


De fato, há muitas semelhanças entre as narrativas de Maldek e Tiamat, e alguns teóricos esotéricos e estudiosos de mitologia comparada argumentam que eles poderiam ser o mesmo planeta. Vamos explorar essa possibilidade:


Semelhanças entre Maldek e Tiamat:


Localização: Ambos são frequentemente descritos como tendo existido entre Marte e Júpiter, onde hoje se encontra o cinturão de asteroides.


Destino: Tanto Maldek quanto Tiamat são descritos como tendo sido destruídos em um evento cataclísmico.


Legado: Os restos de ambos os planetas são frequentemente associados à formação do cinturão de asteroides e possivelmente à origem da água na Terra.


Contexto mitológico: Ambos aparecem em narrativas que envolvem conflitos cósmicos e deuses ou seres extraterrestres poderosos.



Diferenças e nuances:


Origem mitológica: Tiamat é mais proeminente na mitologia babilônica, enquanto Maldek é mais comum em narrativas esotéricas modernas e ufológicas.


Natureza: Tiamat é frequentemente descrita como um ser primordial ou deusa, às vezes representada como um dragão ou monstro marinho. Maldek é geralmente retratado como um planeta habitado por uma civilização avançada.


Causa da destruição: A destruição de Tiamat é geralmente atribuída a um conflito com Marduk (o deus babilônico, não necessariamente o mesmo Marduk de Maldek). A destruição de Maldek é muitas vezes atribuída a um desastre tecnológico ou guerra interna.


Teoria de unificação:


Alguns teóricos propõem que Maldek e Tiamat são de fato o mesmo planeta, visto através de diferentes lentes culturais e temporais:


Evolução do mito: A história de Tiamat poderia ser uma versão mais antiga e mitologizada da história de Maldek, adaptada às crenças e cosmologia babilônicas.


Diferentes aspectos: Tiamat poderia representar o aspecto "divino" ou "espiritual" do planeta, enquanto Maldek representaria seu aspecto físico e sua civilização.


Camadas de história: A narrativa poderia representar diferentes "eras" do mesmo planeta - Tiamat sendo seu estado primordial e Maldek sua última encarnação antes da destruição.


Sincretismo cósmico: As histórias poderiam ter se fundido ao longo do tempo, combinando elementos de diferentes tradições para criar uma narrativa mais complexa.




As narrativas sobre Maldek e Tiamat vêm de fontes diversas, variando de textos antigos a obras modernas de esoterismo e ufologia.


Aqui estão algumas das principais fontes para cada um:


Fontes para Maldek:


Teosofia: Helena Blavatsky menciona brevemente um planeta entre Marte e Júpiter em sua obra "A Doutrina Secreta" (1888).


Alice Bailey: Em seus escritos esotéricos, ela se refere a um planeta destruído, embora não use especificamente o nome Maldek.


Zecharia Sitchin: Em sua série "As Crônicas da Terra", Sitchin menciona um planeta destruído, embora ele o chame de Tiamat.


George Adamski: Este controverso contatado dos anos 1950 mencionou Maldek em seus relatos de supostos encontros com extraterrestres.


Frederick Oliver: Em seu livro "A Dweller on Two Planets" (1894), ele menciona um planeta destruído entre Marte e Júpiter.


Ruth Norman (Uriel): Fundadora da Unarius Academy of Science, ela escreveu extensivamente sobre Maldek em suas obras.


Fontes para Tiamat:


Enuma Elish: Este antigo texto babilônico de criação é a principal fonte para o mito de Tiamat. Descreve Tiamat como uma deusa primordial do caos e do mar.


Berossus: Este sacerdote babilônico do século III a.C. escreveu sobre Tiamat em sua história da Babilônia.


Zecharia Sitchin: Em "O 12º Planeta" e outros livros de sua série, Sitchin reinterpreta o mito de Tiamat como um evento astronômico real.


David Icke: Em seus livros sobre teorias da conspiração, Icke frequentemente menciona Tiamat como parte de sua narrativa cósmica.


Immanuel Velikovsky: Embora não use o nome Tiamat, sua obra "Worlds in Collision" (1950) propõe teorias similares sobre catástrofes planetárias antigas.


Fontes que podem relacionar ou confundir os dois:


Obras de ufologia e canalização: Muitos livros e websites dedicados a temas esotéricos e ufológicos misturam ou relacionam as histórias de Maldek e Tiamat.


Literatura New Age: Diversos autores New Age incorporaram elementos de ambas as narrativas em suas obras.


Fóruns online e comunidades esotéricas: Muitas discussões e teorias que relacionam Maldek e Tiamat são desenvolvidas e propagadas nestes espaços.


É importante notar que muitas destas fontes, especialmente as mais modernas, não são consideradas academicamente rigorosas ou cientificamente válidas. As narrativas de Maldek e Tiamat, especialmente quando apresentadas como eventos históricos reais, pertencem mais ao domínio da especulação esotérica, mitologia moderna e ficção científica do que à história ou astronomia convencionais.


Estas histórias, no entanto, continuam a fascinar muitas pessoas e servem como interessantes estudos de caso sobre como mitos antigos podem ser reinterpretados e fundidos com especulações modernas sobre nossa história cósmica.



No que diz respeito a evidências arqueológicas diretas


Que sustentem as histórias de Tiamat e Maldek como planetas físicos destruídos, a resposta é que não existem tais evidências. Essas narrativas permanecem no âmbito da mitologia, especulação esotérica e ficção científica. No entanto, podemos examinar alguns aspectos relacionados:


Evidências para Tiamat como entidade mitológica:


Existem várias tábuas cuneiformes mesopotâmicas que contêm o "Enuma Elish", o mito da criação babilônico que menciona Tiamat. Essas são evidências arqueológicas reais, mas apenas da existência do mito, não de Tiamat como um planeta real.


Representações artísticas de Tiamat como um ser dragão ou serpente marinha foram encontradas em artefatos mesopotâmicos.


Ausência de evidências para Maldek:


Não existem registros arqueológicos antigos que mencionem Maldek. Este conceito é uma criação moderna, principalmente do movimento esotérico e ufológico do século XX.


Cinturão de Asteroides:

A existência do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter é às vezes citada como "evidência" de um planeta destruído. No entanto, a comunidade científica mainstream explica o cinturão de asteroides como resultado da formação do sistema solar, não da destruição de um planeta.




Impactos no sistema solar:

Há evidências de grandes impactos no sistema solar primitivo, como a formação da Lua a partir de um impacto com a Terra. No entanto, isso não sustenta especificamente as narrativas de Tiamat ou Maldek.


Água na Terra:

Algumas teorias sugerem que parte da água da Terra veio de cometas e asteroides. Isto é usado por alguns para apoiar a ideia de que a destruição de Tiamat/Maldek trouxe água para a Terra. No entanto, esta é uma interpretação especulativa de dados científicos.


Anomalias em Marte:

Algumas formações geológicas peculiares em Marte são às vezes citadas como evidência de civilizações antigas ou eventos cataclísmicos. No entanto, explicações geológicas convencionais são geralmente suficientes para explicar essas formações.


É importante notar que a ausência de evidência não é evidência de ausência. No entanto, no caso de Tiamat e Maldek como planetas físicos, a falta de evidências arqueológicas de Maldek faz com que a Teoria de Tiamat se sobresaia por estar presente nas tabuas sumerias.


Marduk de Maldek e Marduk de Tiamat, seriam eles a mesma pessoa?


Essa é uma pergunta intrigante que nos leva a explorar as interseções entre diferentes mitologias e narrativas esotéricas. Embora não possamos afirmar com certeza que são a mesma entidade, existem paralelos interessantes que vale a pena considerar:


Figura de poder: Ambos os Marduks são retratados como figuras poderosas e influentes em suas respectivas histórias.


Conhecimento avançado: Tanto o Marduk de Maldek quanto o Marduk anunnaki são associados a conhecimentos avançados e manipulação de energias cósmicas.


Papel controverso: Ambos têm papéis que podem ser vistos como ambíguos, sendo tanto líderes quanto possíveis catalisadores de grandes mudanças ou conflitos.


Conexão com outros mundos: O Marduk de Maldek tinha ligações com outras dimensões, enquanto o Marduk anunnaki está ligado à interação entre seres extraterrestres e a Terra.


Associação com tecnologia avançada: Ambos são relacionados ao uso e desenvolvimento de tecnologias muito além do seu tempo.


Diferenças notáveis:


Contexto: O Marduk de Maldek é associado a um planeta destruído, enquanto o Marduk anunnaki é mais ligado à história da Terra.


Linhagem: O Marduk anunnaki é especificamente descrito como filho de Enki, enquanto a linhagem do Marduk de Maldek não é tão claramente definida nas informações fornecidas.


Desfecho: O destino final de cada Marduk parece ser diferente nas respectivas narrativas.

Teoria de unificação:


Alguns teóricos esotéricos podem sugerir que esses dois Marduks são de fato a mesma entidade em diferentes pontos do tempo ou em diferentes dimensões. Esta teoria poderia propor que:


Após a destruição de Maldek, Marduk sobreviveu e eventualmente se tornou parte da saga anunnaki na Terra.


As histórias de Maldek e dos anunnaki representam diferentes "linhas temporais" ou realidades paralelas onde a mesma entidade (Marduk) desempenha papéis similares, mas em contextos diferentes.


O nome "Marduk" pode ser um título ou designação para um certo tipo de ser ou função cósmica, aplicado a entidades semelhantes em diferentes culturas ou mundos.



Vamos aprofundar ainda mais essa fascinante teia de conexões e especulações:


Marduk e o conceito de Avatar Cósmico:

Algumas tradições esotéricas falam de "Avatares Cósmicos" - seres que se manifestam em diferentes épocas e lugares para guiar ou influenciar o desenvolvimento de civilizações. Nesse contexto, poderíamos ver os diferentes Marduks como manifestações do mesmo ser em diferentes realidades ou linhas temporais.


A simbologia do nome:

O nome "Marduk" tem significados profundos em várias culturas. Na Babilônia antiga, Marduk era o deus patrono de Babilônia e associado à criação e ordem cósmica. Esta simbologia poderia se estender tanto ao Marduk de Maldek quanto ao anunnaki, sugerindo um papel de "ordenador cósmico" em ambos os contextos.


Teoria da Transferência de Consciência:

Uma teoria especulativa poderia sugerir que a consciência do Marduk de Maldek, após a destruição do planeta, encontrou um novo "veículo" na forma do Marduk anunnaki. Isso explicaria a continuidade de conhecimento e poder entre as duas figuras.


Marduk e as Eras Cósmicas:

Algumas filosofias esotéricas falam sobre grandes ciclos cósmicos ou "Yugas". Talvez Marduk seja uma entidade que transcende esses ciclos, aparecendo em momentos cruciais de transição - a queda de Maldek representando o fim de uma era, e sua manifestação na Terra como anunnaki marcando o início de outra.


O papel de Marduk na evolução da consciência:

Em ambas as narrativas, Marduk parece desempenhar um papel crucial na evolução da consciência de suas respectivas civilizações. No caso de Maldek, levando a um avanço tecnológico que culminou em destruição. Na Terra, possivelmente guiando a humanidade através de saltos evolutivos (ainda que controversos).


Marduk e o conceito de "Senhores do Karma":

Em algumas tradições esotéricas, fala-se de seres conhecidos como "Senhores do Karma", que supervisionam o equilíbrio cósmico. A atuação de Marduk em ambos os cenários poderia ser vista como a de um "Senhor do Karma" garantindo que certas lições cósmicas sejam aprendidas, mesmo que através de eventos cataclísmicos.


A relação com outras entidades cósmicas:

Tanto o Marduk de Maldek quanto o anunnaki parecem ter conexões com outras raças ou entidades cósmicas. Isso poderia sugerir que Marduk é parte de uma rede mais ampla de seres interdimensionais que influenciam o desenvolvimento de várias civilizações.


Marduk e o conceito de "Semente Estelar":

Na comunidade New Age, fala-se muito sobre "Sementes Estelares" - almas que vêm de outros sistemas estelares para ajudar na evolução da Terra. Poderíamos especular que Marduk é uma "Semente Estelar" de alto nível, trazendo conhecimentos de Maldek para a Terra através de sua encarnação como anunnaki.


A dualidade de Marduk:

Em ambas as histórias, Marduk parece incorporar uma dualidade - capaz de grande sabedoria e avanço, mas também potencialmente destrutivo. Isso poderia representar a natureza dual do conhecimento e poder cósmicos.


Marduk e os registros akáshicos:

Algumas tradições falam sobre os "registros akáshicos" - um campo de informação cósmica que contém todo o conhecimento do universo. Talvez Marduk, em suas várias manifestações, seja um guardião ou intérprete desses registros, explicando seu vasto conhecimento em diferentes contextos.




Conclusão:


Ao analisar as narrativas de Maldek e Tiamat, incluindo o papel crucial de Marduk no mito babilônico, torna-se claro que, embora compartilhem temas de destruição cósmica e transformação, estas histórias têm origens e significados distintos. Tiamat, enraizada na mitologia babilônica, representa primariamente uma entidade divina do caos primordial, cuja derrota por Marduk simboliza a criação da ordem cósmica. Esta narrativa foi posteriormente reinterpretada em contextos modernos. Maldek, por outro lado, é uma construção puramente contemporânea, originada de especulações esotéricas e ufológicas do século XX.


A ideia de que Maldek e Tiamat representam o mesmo planeta mítico parece ser mais uma confluência de narrativas modernas do que uma conexão histórica genuína. Esta fusão de conceitos, incluindo a reinterpretação do papel de Marduk, reflete a tendência humana de sincretizar mitos antigos com especulações contemporâneas, criando narrativas híbridas que respondem a anseios atuais por explicações cósmicas.


Criticamente, é importante reconhecer que não há evidências científicas que suportem a existência física de Maldek ou Tiamat como planetas reais, nem a intervenção cósmica de Marduk. A comunidade científica explica satisfatoriamente a formação do sistema solar e do cinturão de asteroides sem recorrer a estas narrativas mitológicas.


No entanto, o valor dessas histórias não reside em sua veracidade factual, mas em seu significado cultural e psicológico. Elas servem como poderosas metáforas para os medos humanos de destruição em larga escala, o desejo de compreender nossas origens cósmicas, e a eterna luta entre caos e ordem, representada no conflito entre Tiamat e Marduk.


Em última análise, Maldek, Tiamat e Marduk, sejam vistos como entidades separadas ou como manifestações de conceitos míticos interligados, são testemunhos da criatividade humana e de nossa perpétua busca por narrativas que expliquem nossa existência e lugar no cosmos. Eles nos lembram da importância de abordar criticamente tanto os mitos antigos quanto as especulações modernas, reconhecendo seu valor cultural enquanto mantemos um compromisso com o rigor científico em nossa compreensão do universo.


Estas narrativas, em sua riqueza e complexidade, continuam a inspirar e intrigar, demonstrando o poder duradouro dos mitos em moldar nossa compreensão do mundo, mesmo em uma era de avanços científicos sem precedentes.

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